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Bonfim - Operação Urbana Tietê II

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O Plano Urbanístico Básico de Osasco de 1966 informava que: “a ausência de onde ir dentro da cidade para se divertir e conviver, aliada à dificuldade de ligação entre um lado e outro da malha urbana, empurrava o morador de Osasco a ir para São Paulo. Com isso, o morador de Osasco não desenvolvia o importante sentido de pertencer à cidade”.

É justamente esse o objetivo principal da OUC Rio Tietê/Osasco: criar para Osasco e seu morador uma identidade, a ser construída através dos espaços de convivência coletiva, e da incorporação do Rio Tietê como um elemento integrador, gerando uma Centralidade Regional, que converge múltiplos usos sustentados pela oferta de diferentes modalidades de transporte.

A operação urbana consorciada é um importante instrumento urbanístico regulamentado pelo Estatuto da Cidade, e neste caso particular, segue a diretriz do Plano Diretor vigente em Osasco, a qual recomenda a área para revitalização urbana, preferencialmente por intermédio de operações urbanas consorciadas. Adequa-se, também, aos estudos do PITU 2025, no qual, Osasco está inserido na área metropolitana de maior densidade de população e empregos, e por isso precisa ser reestruturada para que a infra-estrutura existente, principalmente a de transporte público, não fique ociosa, contribuindo para o equilíbrio entre o uso do solo e os transportes, em especial nas áreas de centralidade, como é o caso da área desta operação urbana.

A renovação da área prevê o aumento de densidade e reaproveitamento de galpões, edifícios e terrenos vagos ou subutilizados, de forma a aproveitar a infraestrutura de transporte público existente no local, facilitando e minimizando o número de deslocamentos regionais e dentro da própria área de intervenção, inclusive com a combinação de diferentes modalidades de transporte. A área da OUC localiza-se entre grandes eixos viários e ferroviários, e está próxima à área central do município, considerada pólo regional da Região Metropolitana de São Paulo.

O grande foco desta OUC é a implantação de espaços públicos e de lazer, aliados a intervenções que marcam a paisagem, criando pontos de interesse e atração, tanto para os habitantes, quanto para as pessoas que transitam pela rodovia ou ferrovia. Dessa forma, o município de Osasco passa a ser identificável ao longo da malha urbana metropolitana, despertando em seus moradores o sentimento de pertencer a um lugar e de reconstruir uma identidade.

Outro ponto importante a ser ressaltado, é o tratamento inédito dado ao Rio Tietê pela OUC Rio Tietê/Osasco, que inverte a forma como o rio vem sendo sistematicamente negligenciado pelas cidades. Nesta operação urbana, o rio deixa de ser um divisor do território e passa a ser um integrador de espaços, gerando uma indubitável centralidade, marcada por um grande parque. Segundo as intervenções propostas, a transposição do rio, é sempre feita com as características de continuidade, sem estabelecer dificuldades de acessibilidade para pessoas e veículos, sem escadas, sem alças.

Em resumo, a OUC Rio Tietê/Osasco, cuja necessidade de implantação é extremamente evidente e promissora, foi estruturada para induzir o poder público, investidores e moradores a transformar a área em uma centralidade regional, promovendo o múltiplo aproveitamento da área central dotada de infraestrutura urbana com capacidade ociosa; priorizando o adensamento da cidade, em torno da rede metrô-ferroviária e dos corredores rodoviários; promovendo o balanceamento entre empregos e residências, aproximando uns dos outros; incentivando a predominância de locais multifuncionais, mistos de residência, comércio, serviços, centros culturais e equipamentos institucionais.

Local:
Osasco, SP

Data:
2007

Cliente:
Prefeitura de Osasco

Área de intervenção:
60 ha

Arquitetura e Urbanismo:
VIGLIECCA&ASSOC
Hector Vigliecca, Luciene Quel, Ronald Werner Fiedler, Neli Shimizu, Ruben Otero, Thaísa Fróes, Adda Ungaretti, Gerônimo de Stéfani, Ignácio Errandonea, Pedro Guglielmi , Fabio Pittas, Paulo Serra, Luci Maie

Consultora de Urbanismo e Legislação:
Caroline Bertoldi

Consultor de Viabilidade Econômica:
Eduardo Rottman

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