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Praça dos Três Poderes

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O Concurso para a Praça dos Três Poderes, em Florianópolis, tinha como perspectiva a conectividade com a malha urbana e a valorização de um conjunto importante de edifícios situados no entorno imediato.

Como pressuposto também estava colocada a integração com o sistema de transporte coletivo, recomendando-se especial atenção ao possível conflito entre carros e pedestres.

Promovido pela Prefeitura Municipal de Florianópolis, por meio de várias de suas Secretarias, sugeria-se que fossem valorizadas as vocações existentes na área.

A estrutura pública é indissociável da Polis. Estamos, dessa maneira, discutindo a essência do espaço urbano representativo. Ele deve contribuir para a construção do sentido de pertencimento, do cívico, da legibilidade de um lugar.

A Praça dos Três Poderes, em Florianópolis, colocou-nos essas questões, e a estratégia de projeto que utilizamos foi a de explorar a dimensão desse compromisso.

O espaço da praça está hoje descaracterizado e é residual, resultado do fracionamento e da ruptura das massas construídas do entorno em relação à geometria da praça. Essa independência das imediações levou-nos a considerá-la como um objeto autônomo que, no entanto, poderá ter a capacidade de catalisar as futuras ocupações urbanas, pela revalorização do entorno imediato.

A consolidação desta área como uma centralidade institucional tem, como ponto de partida, a necessária readequação da praça. No entanto, deverão ser definidas diretrizes e instrumentos urbanísticos específicos para as quadras do entorno, como forma de indução a novas construções e adensamento urbano, compatíveis com as características do lugar, potencializando não só o uso da praça mas de toda a região.

Sempre concebido como espaço de funcionalidade racional, onde valores significativos de conexão e de experiência espacial estão proscritos, o subsolo, irremediavelmente entendido como resíduo urbano, é um dos temas centrais desta estratégia. No caso da Praça dos Três Poderes, o subsolo reverte essa condição, constituindo um fator que agrega urbanidade: é continuação da praça (com planos e rampas de 3 a 6%) e abriga o anfiteatro e os eventos.

O anfiteatro conforma a intersecção dos planos e é o grande farol da praça à noite. O ponto dos acontecimentos.

A luz foi usada como mais um recurso à ambientação do espaço livre, sugerindo, inclusive, a apropriação. A iluminação indireta nas árvores estabelece um “teto verde” ao mesmo tempo em que refletores rasantes no chão definem sombras alongadas das pessoas que, sobrepostas ao desenho do piso, gerariam uma nova composição. Este recurso projetual teve uma grande contribuição, conceitual e na efetiva definição gráfica e de ambientação, do artista plástico Victor Lema Riqué.


Modificação do “relevo urbano”

Através do deslocamento de “placas tectônicas” recriamos o relevo, com um novo valor de paisagem.


Leitura do lugar

Uma leitura aproximada da região convidou-nos a dialogar com o entorno identificando dois setores determinantes:

- A noroeste, confrontando com o centro consolidado, as áreas para os eventos públicos e solenidades. De caráter “minimalista”;

- A sudeste, na linha verde dos morros (Mariquinha e Mocotó-APP), as áreas para
os encontros, os “recantos de sociabilidade”. O plano inclinado.


Apropriação

O movimento das pessoas e seus modos de ocupação é o que dá sentido aos lugares.
A ambientação do espaço livre foi, essencialmente, pautada no trabalho de
Victor Riqué: “alongar a sombra das árvores que compõem o projeto paisagístico, por meio da luz e do próprio desenho, significa potencializar o privilégio infinito da natureza.Por outro lado procura criar um ambiente cenográfico onde o cidadão se sinta protagonista de uma cenografia viva”.

A “projeção sólida” das sombras das árvores associada à inserção vertical de placas de cristal laminado — com imagens serigrafadas — dariam forma às micropraças sugeridas. Este conjunto conformaria os “cantos de sociabilidade”.

Ao andar sob as árvores, poderíamos perceber clareiras ensolaradas, cantos sombreados, pavimentos diferenciados, cada um com seu próprio caráter, induzindo a uma atividade diferente… Sentir-se livre para perambular elegendo seus lugares favoritos, sem convenções.

A continuidade do desenho de piso, adentrando as áreas comerciais, reforçaria
a integração dessas atividades à animação da praça.

Local:
Florianópolis, SC

Data:
2010-em andamento

Cliente:
Prefeitura Municipal de Florianópolis / IPUF

Área de intervenção:
20.500 m²

Concurso:
Concurso Nacional, 1º Prêmio

Arquitetura e Urbanismo:
VIGLIECCA&ASSOC
Hector Vigliecca, Luciene Quel, Ronald Werner Fiedler, Neli Shimizu, Caroline Bertoldi, Thaísa Fróes, Fabio Pittas, Kelly Bozzato, Pedro Ichimaru, Bianca Riotto, Aline Ollertz, Sergio Faraulo, Fernanda Trotti, Fabio Galvão, Amanda Rodrigues, Paulo Serra, Luci Maie

Artista Plástico:
Victor Lema Riqué

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