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Largo da Batata

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Promovido pela Secretaria Municipal de Planejamento Urbano, pela Empresa Municipal de Urbanização e pela Administração Regional de Pinheiros, o Concurso Nacional de Reconversão Urbana do Largo da Batata, colocava em discussão o sistema de áreas públicas e as possíveis diretrizes às particulares, considerando alterações viárias, a implantação de uma estação de metrô (Linha 4, Estação Faria Lima) e o sistema articulado das diversas modalidades de transporte coletivo.

Uma “área de projeto” foi apresentada como central às propostas (o histórico Largo da Batata), mas uma “área de influência” deveria compor as discussões, mesmo porque as propostas mais estruturais alcançariam a escala do bairro.

Os valores de memória e de identidade que cada bairro tem, formados no processo da história, são características que não podem ser descartadas com decisões que, com o avanço da transformação da cidade, em geral desterram de forma simples e autoritária — sob a justificativa da modernidade redentora — pessoas e atividades.

Aqui não se propõe, como valor, a estagnação nostálgica da cidade, mas uma transformação ponderada, que considere a participação e os interesses dos moradores e usuários, daqueles que desejam permanecer ali, mas que também desejam melhorias urbanas que revertam a degradação.

Para o território público foram propostas diversas “intervenções diretas” que vão da iluminação (específica para pedestres e veículos) ao estacionamento no subsolo, que se articula com o metrô e com a cota do largo (com seis acessos).

Ao território privado foram pensadas possibilidades de intervenção, diretas e indiretas, em que a desapropriação é ponderada, as habitações novas são destinadas a diferentes faixas de renda e a legislação seria acrescida de orientação para a ocupação dos lotes, no sentido da qualidade e unidade urbanística.


Acessibilidade e circulação

A circulação, como evidência da mobilidade da população, emerge como indicador visível da qualidade ambiental.

O Largo da Batata atua, dentro do sistema urbano, como importante centro sub-regional: Pinheiros polariza uma ampla área que ultrapassa a barreira que é canal do rio Pinheiros, abrangendo Butantã e prolongando-se pela Raposo Tavares e Francisco Morato.

A formação radio-concêntrica da estrutura viária de São Paulo resulta em frágeis ligações entre sub-centros periféricos.

Nesta proposta, foram sugeridos melhoramentos viários e obras conectando a Av. Sumaré à Raposo Tavares, de maneira a acentuar a vocação de Pinheiros como sub-centro e valorizar significativamente as transformações do Largo da Batata.


Considerações sobre o manejo urbano

Ações públicas sobre áreas privadas são motores de transformação. Sem essa ação efetiva, fica-se dependente do instável investimento privado, de maneira que a transformação desejada, principalmente no que concerne ao interesse coletivo, tenha um futuro incerto.


A operação no território

O Largo da Batata carrega, em sua identidade e expressão metropolitana, o papel de lugar de intercâmbio, transbordo, circulação, mistura social e funcional, de intensidade de uso. É a partir desses valores urbanísticos, que consideramos preciosos, que se apoiou a nossa proposta.


Pontos de intercâmbio

Os pontos de acesso de pedestres foram concebidos como “pontos de intercâmbio”, configurando-se como “lanternas” que evidenciam o plano inferior. Seriam estruturas equipadas com controles de acesso, bares, bancas de jornal, espera e conexões diretas com o metrô, além da articulação com as paradas de ônibus no nível da rua.


Sistema de rótula e contra-rótula

O transporte coletivo e os principais fluxos de veículos que hoje cruzam o Largo (AV. Marginal-bairro) teriam outra alternativa a partir da rótula e contra-rótula propostas e do binário, que circundaria o “coração” da área, não mais interceptando-a.

Local:
São Paulo, SP

Data:
2002

Cliente:
Prefeitura Municipal de São Paulo / EMURB

Concurso:
Concurso Nacional, Menção Honrosa

Área de intervenção:
5,4 ha

Área construída:
13.500 m²

Arquitetura e Urbanismo:
VIGLIECCA&ASSOC
Hector Vigliecca, Luciene Quel, Ronald Werner Fiedler, Lílian Hun, Ana Carolina Penna

Administração:
Rosângela Maltese

Urbanismo e legislação:
Sarah Feldman

Trânsito e transporte:
Neuton Karasawa

Arborização urbana:
Rodolfo Ricardo Geiser e Christina Ribeiro dos Santos

Maquete e levantamentos:
Mônica Brooke e Mario Echigo

Cronograma físico-financeiro:
Paulo Serra

Estacionamento:
Aldo Villa

Avaliação imobiliária:
José D’Avila Pompéia e Maria Augusta D.N.T. Steinhoff

Orçamento:
Ricardo Straub, Antonio Carlos Sant’Anna, Fabio Farias Galvão

Fotografia:
Stepan Norair Chahinian

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